Trilha Sonora: Mott the Hoople - All the Way From Memphis
“[…] Richard Samuels: What’s your story about?
Gretta Adler: This museum. It’s called Hungry Generations. It’s just a sort of funny piece… about this girl who goes to the museum whenever she’s blue.
Richard Samuels: And what happens?
Gretta Adler: What do you mean what happens? Nothing happens. Does something have to happen?
Richard Samuels: No, I was just asking-
Gretta Adler: No, the whole story is, this girl goes to the museum feeling blue… and she thinks about time and eternity and then she feels a little better.
Richard Samuels: Oh.
Gretta Adler: There’s no action in it, if that’s what you’re looking for. Why does everything have to have a plot? All that melodramatic garbage. […]” – Trecho de Eu e Orson Welles (2008)
A cinefilia, doença altamente contagiosa que acomete milhões de pessoas em todo mundo, afeta os 5 sentidos além da emoção e, até então sem cura, mas com as doses certas de filmes bons, ela pode ser controlada. Devido seu grau alto de periculosidade, encontramos um constante caso de hipocondria. Por isso, nos vemos obrigados a informar ao público os principais sintomas dessa doença para que o devido tratamento possa ser iniciado a tempo.
Essa doença pode ser adquirida de várias formas, seja por genética, contato com portadores da doença ou contato direto e excessivo com o transmissor (filmes bons). Porém, os sintomas são únicos. Assim que o parasita cinephilus entra na corrente sanguínea, os primeiros sintomas podem ser percebidos. O portador passa a adquirir um vício fora do comum por filmes conhecidos popularmente como filmes “sem história”. Ele passa a ver a beleza na simplicidade, a “trama” passa a ter tanto valor quanto os questionamentos que o filme provoca, a trilha sonora, a paleta de cores, os ângulos de câmera… Enfim, o enfermo passa a ver o filme como uma arte reunindo a literatura, a fotografia, a música e sem deixar de lado todos os pensamentos e ideias que o filme apresenta. Estranho isso, não?
Você deve estar se perguntando “Mas como faço pra perceber se eu ou alguém que conheço está com essa doença?”. Para isso lhe proponho 1 teste dividido em 3 partes, que você pode realizar na ordem que você quiser. Cada parte é constituída por um filme que deve ser assistido. Ao final de cada fase o avaliador deve perguntar ao entrevistado o que ele achou do filme. Caso ele fale algo como “esse filme não tem história não?”, ele não corre riscos. Qualquer outra resposta, a nova fase deve ser realizada.
BOYHOOD
O primeiro teste levou nada mais, nada menos do que 12 anos para ser idealizado por um dos maiores especialistas da atualidade em cinefilia, Richard Linklater (responsável por milhares de viciados em filmes “sem história”). O teste ficou conhecido pelo nome de Boyhood, no qual mostra a vida de um garoto comum, desde sua infância até sua juventude. Esse exame segue a mesma linha dos outros realizados pelo dir. Richard, no qual ele aborda temas como a liberdade, a juventude, a difícil escolha de Sofia a que somos impostos nessa fase, os erros e acertos que nos moldam e os sonhos que nos empurram para seguir em frente.
C.R.A.Z.Y.
Alice Não Mora Mais Aqui
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O início desse teste é fundamental e deve ser minuciosamente observado. A primeira cena, uma homenagem ao clássico e amado por este que vos fala, Mágico de Oz, representa e apresenta a pequena Alice sonhadora, apaixonada, com um jazz de fundo dando o clima. A segunda cena apresenta Alice mais velha, com sua família, sonhos não alcançados e pessimista com um rock de fundo do Mott The Hoople trazendo esse clima, que é ratificado pelos versos:
“As your name gets hot so your heart grows cold
‘N you gotta stay young man, you can never be old”
– Trecho da música All The Way From Memphis
Após esses testes, ao persistirem os sintomas, o OITAVO ANÃO deverá ser consultado.
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