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- Jovem ilustrador
- Baixas vendas
O ano era 1979 e um jovem dava seus primeiros passos de uma bela parceira com o homem sem medo. Frank Miller tinha seus 20 e pouquinhos anos e assumia como desenhista regular da série Demolidor por insistência própria. Nessa época, as vendas da hq não iam bem e mesmo depois de assumir os desenhos, não surtiu efeito nos números. Miller quase chegou a pedir demissão insatisfeito com a situação e com os roteiros de Roger McKenzie, quando Denny O'Neil entrou como editor e o colocou como roteirista.
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Jovem Frank Miller |
Enfim, em 1981, na edição #168 do ceguinho mais amado da Marvel (SAM #06), Miller assumiu integralmente como roteirista e desenhista. A arte-final ficava por conta de Klaus Janson. Logo na primeira edição que assumiu inteiramente o título, Miller deu luz a Elektra Natchios, embora já tivesse aparecido na capa de The Comics Journal #58 desenhada por ele mesmo. O sucesso foi tamanho que poucas edições a frente, a série antes bimestral, agora passava a ser mensal.
Elektra
- Entrevista
- Mulher forte
"Descobri que uma mulher musculosa e atraente pode ser desenhada. Os desenhistas só não fizeram isso antes porque não tentaram."
Em entrevista concedida a Richard Howell e Carol Kalish (Elektra SAGA #2), Miller aponta características interessantes acerca da personagem. A ideia dele tanto como autor e desenhista era trazer, de certa forma, uma mulher independente e forte, em todos os sentidos, sem deixar de exercer uma feminilidade. O grande diferencial da Elektra para as outras grandes personagens de quadrinhos até então segundo Miller era combinar todas essas características que podem ser observadas desde o visual onde que não aparentava uma coelhinha da playboy ou tão musculosa quanto um homem. Como referência, ele usava fotos de Lisa Lyon, uma fisiculturista da época. Já no quesito roteiro, embora houvesse um certo romance entre Elektra e Demolidor, a ideia do autor era transparecer esse lado das mulheres fortes que não "[...] vão e vencem exércitos, quando, no fundo, tudo o que elas queriam mesmo era o seu homem" (Frank Miller).
Embora, tudo isso tratasse das palavras do "pai" da personagem, podemos assinar embaixo de cada palavra dele. Elektra é forte, independente, real. Não depender de um homem, não significa não se envolver com nenhum, mas não viver em função de. Como salienta Dennis O'Neil acerca da "heroína", ela era uma dualidade: "[...] prazer e destruição, esplendor e decadência, útero e túmulo". Ela é uma personagem complexa, moldada tanto pelo amor quanto pelo ódio. Essa é Elektra.
- Elektra e Demolidor
- Sequência cronológica
A importância da personagem era tamanha que se via necessário reunir essa fase em um só lugar. E assim nasceu Elektra Saga em 1989 nos EUA e dois anos depois chegou em terras brasileiras pela editora Abril. Um encadernado que reúne cronologicamente todas histórias, até então, que continham participação da ninja assassina.
A minissérie passa pelos momentos mais importantes dela, desde seu "nascimento" com a morte de seu pai e o primeiro encontro com Matt Murdock, passando pelo treinamento com o tentáculo e com Stick, até seu infeliz e conhecido encontro com o Mercenário.
Então, se você é fã do Demolidor, da Elektra, ou apenas quer saber por onde começar a ler as histórias dela, esta é sua chance. Seja na minissérie da Abril, nas mensais da SAM (Super Aventuras Marvel) ou pela Salvat que, recentemente, reeditou essa minissérie em um encadernado em capa dura.
Versões
O encadernado reúne as seguintes edições:
- No Brasil:
- Superaventuras Marvel n° 06/1982
- Superaventuras Marvel n° 12/1983
- Superaventuras Marvel n° 13/1983
- Superaventuras Marvel n° 14/1983
- Superaventuras Marvel n° 17/1983
- Superaventuras Marvel n° 19/1984
- Superaventuras Marvel n° 21/1984
- Superaventuras Marvel n° 22/1984
- Superaventuras Marvel n° 41/1985
- Homem-Aranha n° 22/1985
- Nos EUA:
- Daredevil (1964) n° 168/1981
- Daredevil (1964) n° 174/1981
- Daredevil (1964) n° 175/1981
- Daredevil (1964) n° 176/1981
- Daredevil (1964) n° 177/1981
- Daredevil (1964) n° 178/1982
- Daredevil (1964) n° 181/1982
- Daredevil (1964) n° 179/1982
- Daredevil (1964) n° 180/1982
- Daredevil (1964) n° 181/1982
- Daredevil (1964) n° 190/1983
- Bizarre Adventures (1981) n° 28/1981
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