M DE FILME BOM



Um dos clássicos do expressionismo alemão, M: O Vampiro de Düsseldorf ou do original M - Eine Stadt sucht einen Mörder (que obviamente significa: “Uma Cidade Procura um Assassino”) é o tema do post de hoje. Se você não conhece nada do cinema germânico, provavelmente virou a cara imediatamente assim que eu falei alemão. Porém, tire toda essa amargura de seu coraçãozinho querido internauta e se abra para um novo mundo de possibilidades.

Filme de 1931 dirigido por Fritz Lang, conhecido diretor alemão antinazista e que fez outros filmes clássicos como Metropolis (super clássico do expressionismo) e o Homem que Quis Matar Hitler (pelo título e ter sido lançado em 1941, você já deve ter noção do probleminha que causou, mas isso é uma outra história).

Vamos aos fatos. O filme é baseado na história de Peter Kürten, conhecido como Vampiro de Düsseldorf ou Monstro de Düsseldorf. Um famoso serial killer que acabou sendo preso e sentenciado a morte na guilhotina em julho de 1931.

Em M, Peter Lorre (O Homem que Sabia Demais, 1934) é um serial killer, que após matar várias crianças gera uma enorme comoção na cidade. E esse é o cerne do filme, a procura pelo assassino por toda a população. É possível identificar claramente os 3 atos: o ataque, a busca e o julgamento.


O ATAQUE


M, O Vampiro de Düsseldorf
Poster do filme




Nesse primeiro ato, todo aquele clima de um filme de serial killer pode ser sentido. O terror, a angústia, o sofrimento. Durante toda essa fase, o assassino só é mostrado como adultos em desenhos antigos, sombras ou apenas da cintura para baixo.


A BUSCA


Após a notícia dos assassinatos, os cidadãos ficam fora de controle. Passam a acusar uns aos outros, até mesmo seus próprios amigos. A polícia também não fica de fora. Uma operação de guerra é montada, todo mundo é investigado. Porém, todo esse esforço é inútil em uma cidade tão grande e sem pista alguma. É como achar uma agulha no palheiro.

O que a polícia não contava é que nesse palheiro estavam os grandes líderes criminosos, que incomodados com as operações policiais, veem uma única solução, eles mesmos encontrarem o tal assassino. Eles reúnem todos mendigos da cidade para ficarem de olho em qualquer atividade suspeita.

Se a primeira parte possui características de filmes de terror/suspense, essa parte é marcada pelas cenas estilo heist em um prédio.


O JULGAMENTO


Peter Lorre
Após ter sido capturado, o assassino acaba enfrentando um julgamento, onde os acusadores são os próprios líderes criminosos da cidade.

O filme acaba indo muito além de um simples filme sobre assassinato em série. Ele tem momentos de terror/suspense, questões políticas e sociais, e até mesmo cenas muito divertidas ao bom e velho estilo heist. Todavia, a principal questão que o filme deixa, é o fato de acabar mostrando toda a repercussão dos assassinatos na óptica da população, da polícia, dos criminosos e até mesmo do próprio criminoso, mas a família que é o mais prejudicado, ninguém se importa. Você pode achar que foi um erro do filme, mas não é. Esse é o verdadeiro barato do filme, tanto que ele encerra o filme com um dos familiares falando que não importa quem é o culpado, o que vai acontecer com ele, não vai mudar nada. Enfim, o grande objetivo desse filme, nada mais é do que questionar a população sobre prioridades e egoísmo, onde as pessoas estão mais preocupadas com os problemas dela. Afinal, meu problema é sempre maior do que o seu. Além disso, pouca farinha, meu pirão primeiro.

Portanto, muchachos y muchachas, fiquem com esse questionamento e reflitam. E enquanto vocês pensam, não custa nada deixar de ser egoísta também e curtir a página no facebook e me stalkear no twitter (mas, por favor, não igual a um serial killer). Auf die nächste!

P.S.: Só um lembrete. Como o filme é de antes de 1939, já entrou em domínio público. Então, está tranks exibí-lo ou baixá-lo. ;-) #fikdik


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